quinta-feira, 16 de junho de 2011

Saiba como ter uma boa relação entre patrão e empregada doméstica

Quem contrata uma empregada doméstica sempre tem uma lista de exigências. Precisa ser confiável, pontual, organizada, responsável, competente etc. Mas será que esses patrões também são exigentes consigo mesmos? E as empregadas? Será que cumprem o combinado? Essa relação profissional que se estabelece dentro de uma casa não é nada fácil... O primeiro passo para um convívio pacífico é discutir todos os detalhes. É necessário ficar clara a conduta de cada um para evitar conflitos. Estabelecer as regras, as tarefas a serem exercidas e as obrigações de cada lado.

“A entrevista é o melhor momento para as partes terem a exata noção de direitos e deveres de cada um. Temas e questões sensíveis como carga horária, uso do telefone (tanto o celular quanto o fixo), danos materiais causados pela empregada doméstica, religião, folgas e aumentos salariais podem e devem ser discutidos com clareza”, afirma Gláucio Costa, diretor da Agência Central de Empregos, que seleciona trabalhadores domésticos em São Paulo (SP).

Questões para lidar

No dia a dia, nem sempre o que é combinado na entrevista de emprego é cumprido pelos patrões e pelas empregadas. Não realizar as tarefas domésticas de acordo com as orientações dos contratantes e estender a jornada de trabalho previamente combinada com a funcionária são alguns fatores que acabam em desentendimentos.

“Hoje em dia, os patrões querem que a empregada doméstica faça todo o serviço da casa em um dia só: lave, passe, cozinhe, limpe e cuide das crianças. Fazer isso tudo em oito horas é quase impossível”, explica a ex-empregada doméstica Carmela Pereira, de Piracicaba (SP), que é autora do livro “Manual da Empregada Doméstica” (Ed. Loyola) e artista plástica. “Por falta de tempo, as funcionárias acabam não fazendo o serviço completo e bem feito.”

Para resolver esses problemas de forma consensual, Carmela sugere: “Acho que patrão e empregada devem fazer juntos um planejamento semanal, especificando os dias da semana para lavar, passar roupas, limpar vidros etc. Assim, no final da semana, o serviço estará completo.”

"O primeiro passo para evitar conflitos é agir com profissionalismo. Deixe claro para a empregada quem irá orientá-la, pois acontecem muitos conflitos em casas nas quais todo mundo manda”, explica Dacruz Nery, de Brasília (DF), que após trabalhar durante anos como empregada doméstica, tornou-se proprietária da empresa DN Service, que presta serviços de limpeza e organização de casas para solteiros, e é autora do livro “O que Toda Empregada Doméstica Deve Saber” (Ed. Senac Distrito Federal).

E o que fazer quando o patrão pede algo que não estava previsto, como cuidar dos animais ou ficar até mais tarde, e a empregada não acha isso correto? “Ao contrário do empregado de uma grande empresa, a doméstica relaciona-se diretamente com a 'suprema corte', que é o seu patrão. Portanto, recomendo que, sem abrir mão de seus direitos, mas com tranquilidade, discrição e educação, mostre os motivos de sua insatisfação. Devemos considerar que alguns abusos, frequentemente praticados, têm fundo cultural, não havendo por parte dos patrões a intenção de desrespeitar a funcionária”, explica Gláucio Costa.

PRINCIPAIS RECLAMAÇÕES:

Queixas frequentes de contratantes e funcionárias*:

Principais reclamações dos contratantes:

Má formação técnica (incompatível com a exigência salarial)
Pouco apego ao trabalho (abandonam o emprego ao receber uma proposta)
Dificuldade em trabalhar com planejamento e rotinas
Resistência às ordens e orientações
Excesso de faltas e atrasos
Pouco interesse em fazer cursos de aperfeiçoamento
Resistência ao uso de uniformes
Dificuldades para transmitir recados
Pouco domínio das atividades (como lavar, passar, limpar e cozinhar)
Falar demais ao telefone
Demonstrar forte envolvimento com religiões e tentar convencer outros funcionários a aderir (da casa ou da vizinhança)

Principais reclamações das empregadas domésticas:

Patrões que não compreendem que a empregada pode ficar doente
Patrões que servem comida diferente à empregada
Ser sempre suspeita de qualquer sumiço
Acúmulo de funções, como cuidar de crianças ou animais
Falta de respeito à jornada de trabalho
Desrespeito aos horários de descanso combinados
Dificuldade para receber por horas extras e gozar férias
Trabalhar informalmente (sem registro em carteira)
Terem bolsas revistadas e trabalhar vigiadas por câmeras
Dificuldade em conseguir aumento salarial
Desinteresse dos patrões em investirem em cursos de aperfeiçoamento profissional.

Retirado do site Uol: www.uol.com.br

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